RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO
Quando
nos foi solicitado à proposta de trabalho de acompanhamento do professor,
referente ao aluno especial fiquei um pouco perdida, pois em minha unidade
escolar não tínhamos nenhum caso. Porém nosso quadro mudou no dia 24/10/12
iniciou um aluno no
Berçário II, foi muito bem recebido pelas educadoras e crianças, estimulamos
ações que valorizassem o relacionamento dele conosco e com as crianças através
de brincadeiras, pois Del Prette e Del Prette (2005) afirmam que o processo de
interação social, é uma das mais importantes tarefas do desenvolvimento inicial
da criança, tal aprendizagem depende das condições que a criança encontra na
família e escola, o que influi sobre a qualidade de suas relações interpessoais
subsequentes. Dessa maneira, a criança, com necessidades educacionais
especiais, irá se relacionar consigo mesma de acordo com o ambiente em que ela
estiver inserida. Se esse ambiente for acolhedor e produtivo, ela tenderá a se
sentir acolhida e produtiva.
Segundo a visão de Del Prette e Del
Prette (2005), a competência social é considerada um indicador bastante preciso
do ajustamento psicossocial e de perspectivas positivas para o desenvolvimento.
Ao se fazer uma interligação entre o processo de interação social e a inclusão
escolar de crianças com Síndrome de Down, é possível considerar que, ao
entrarem na escola, a relação interpessoal com os colegas abre-lhes uma maior
variabilidade de modelos e demandas para a aquisição de novas habilidades
sociais. O desempenho social e a qualidade dos relacionamentos na escola têm
como base, os recursos comportamentais previamente adquiridos pela criança no
contexto familiar. Com o advento das atuais políticas de inclusão, entende-se
que o desenvolvimento interpessoal (particularmente nas habilidades de
resolução de problemas, autocontrole e comportamentos pró-sociais) é componente
indispensável desse processo.
No processo de inclusão não somente a
criança com necessidades especiais absorve aspectos positivos, mas também todas
as outras crianças quem passam a conviver com a diversidade e tornam-se seres
humanos mais preparados para as adversidades e diferenças da vida, com base em
tais estudos podemos afirmar que o aluno não apresentou características de
interação social muito diferente das crianças com desenvolvimento típico do
Berçário II.
No que diz respeito ao desenvolvimento
e participação de atividades, o aluno demonstra muito interesse por garatujas
feitas com giz de cera reconhece tal material e manifesta seu contentamento
quando as educadoras o distribuem, manuseia com muita atenção e cuidado livros
infantis, aprecia sons feitos com objetos reciclados imitando os gestos das
educadoras, bate palmas ao som de canções e se interessa imensamente por blocos
de montagem.
Algumas características específicas
são observadas em crianças com síndrome de Down e portando se fazem presentes no
aluno, dentre elas pode-se citar: dificuldades com a memória curta auditiva;
dificuldades com a linguagem e fala; dificuldades sensoriais com a audição e
visão; dificuldade em generalizar de uma situação ou lugar para outro; forte
consciência e percepção visual e habilidades de aprendizagem visual; atraso na
coordenação motora grossa e fina; e dificuldade de processamento auditivo
(HOLDEN; STEWART, 2002). De acordo com esses autores, o desenvolvimento motor
mostra-se atrasado, da mesma forma que as demais áreas do desenvolvimento; a
presença de graus importantes de hipotonia muscular seguramente contribui para
este atraso motor.
A inserção do aluno no Berçário II e a
atenção das educadoras tende a trabalhar as características acima citadas, como
exemplo, nosso trabalho com a música e fala para o desenvolvimento da linguagem
sistematicamente desenvolvida de forma que propiciem avanços significativos. No
caso como são cinco educadoras, estamos realizando um revezamento para
acompanhar de perto e estimulá-lo em relação à linguagem, percepção e
coordenação motora e já no dia 01/11/12 com estímulos motores, o mesmo
conseguiu dar dois passos completamente sozinho na direção de uma das
educadoras.
Como
o aluno iniciou há pouco tempo não podemos fornecer mais informações, porém o
relato acima foi fornecido pelo excelente professora Fernanda Oliveira Ribeiro.
Referências Bibliográficas
ANHAO, Patrícia Páfaro Gomes; PFEIFER,
Luzia Iara and SANTOS, Jair Lício dos. Interação social de crianças com
Síndrome de Down na educação infantil. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2010, vol.16, n.1
[cited 2012-11-05], pp. 31-46 . Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382010000100004&lng=en&nrm=iso>.
ISSN 1413-6538. http://dx.doi.org/10.
1590/S1413-65382010000100004.
DEL
PRETTE, Z.A.P.; DEL PRETTE, A. Psicologia
das habilidades sociais na infância: teoria e prática. 1.
ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2005.
HOLDEN, B.; STEWART, P. The inclusión of students with
Down síndrome in New Zeland schools. Down Syndrome News and Update, v. 2, n. 1, p. 24-28, 2002. a